28 de dez. de 2007

Trânsito e calçadas em Fortaleza

- Os motoristas tem costume de estacionar bem próximo a esquina, ou até mesmo na esquina. Algumas esquinas em vez de ser redondas para fazer a curva, são retas, parece que é de propósito para os carros estacionarem. Mas até onde eu sei não é permitido estacionar próximo as esquinas e muito menos na esquina, literalmente falando;

- Os estabelecimentos costumam fazer seus estacionamentos em cima da calçada, porém deixam um espaço muito pequeno para as pessoas caminharem e algumas vezes nem deixam calçada. No caso dessa videolocadora existe uma pequena calçada, mas o acesso é complicado, sendo mais fácil caminhar na rua mesmo. Geralmente o que se vê são as pessoas caminhando pelo cantinho da rua porque a calçada está cheia de carros em cima. Uma matéria publicada no jornal Diário do Nordeste dia 14/01/2008 comenta a dificuldade enfrentada pelo povo por causa das calçadas. Segue abaixo:
Para que servem as calçadas? Na Rua Solon Pinheiro, no Centro, o pedestre precisa se esforçar para conseguir caminhar. Além de buracos, há batentes e rampas que podem causar acidentes.No calçadão da Avenida Beira-Mar, os pedestres dividem com os ambulantes o espaço para andar. Em Fortaleza, elas são ocupadas para vários fins, quando não estão em péssimo estado. No caso, quem perde é o pedestre. Basta andar pelas ruas de Fortaleza que logo uma pergunta vem à tona: mas, afinal, para quem são as calçadas? Na teoria, prontamente, a resposta “para os pedestres” aparece. Porém, na prática, percebe-se que não é bem assim que as vias se estruturam. Primeiro, para os pedestres poderem trafegar, é preciso que elas tenham uma mínima estrutura física. Pelo menos, um calçamento, a ausência de buracos, desníveis e, claro, um espaço pelo qual a passagem seja possível. Isso mesmo, uma parte para caminhar. Parece absurdo? Pois não é. Na verdade, quando falamos de trânsito livre chegamos a outro problema: a ocupação indevida desse espaço, que deveria ser público e para o público. Não raro, presenciamos, pelos diferentes bairros, o comércio, seja de ambulantes ou não, localizado onde? Nas calçadas. Há, ainda, o fato de às vezes elas se tornarem uma extensão do próprio estabelecimento comercial, sendo ocupada por mesas, cadeiras, churrasqueiras ou, então, funcionando como um verdadeiro estacionamento para carros. Enfim, todos esses casos vão de encontro ao Código de Obras e Posturas do Município de Fortaleza. Por meio dele, os cidadãos deveriam ter resguardado o direito de ir e vir por onde? Novamente, pelas calçadas. E, mais, elas deveriam estar desobstruídas.
Experiências
Ao lançar o tema para os que com freqüência se aventuram pelas vias fortalezenses, logo chega-se a histórias de maus momentos e reclamações desses espaços. O auxiliar de escritório Sérgio Luis Nascimento, 40 anos, por exemplo, não tem lá boas recordações de suas andanças pela cidade, sobretudo pelo Centro. Segundo ele, todos os dias da semana precisa resolver negócios no bairro. Para isso, seu transporte é feito de ônibus ou a pé. Numa dessas vezes, pisou num buraco e torceu o tornozelo, o que o impossibilitou de trabalhar por duas semanas. “Tenho carro, mas ando mais de ônibus. As calçadas deixam muito a desejar, são cheias de buracos. Quando chove, então, é ainda pior porque a rua fica alagada e não temos como ver se há algum pela frente”, critica. Para o auxiliar de escritório, portanto, a solução seria a Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) deixá-las planas, sem buracos. Quem também acredita nessa medida é a professora aposentada Cleonice Ferreira, 76 anos. Moradora do bairro Benfica, Cleonice afirma: “ando muito, todos os dias”. Seja para fazer compras ou pagamentos, a aposentada sente-se insegura ao caminhar. Conforme explicou, além do medo comum de ser assaltada ou sofrer agressões, “é horrível passar pelo meio da rua por causa do comércio”. Como desabafou: “Sei que é a forma deles de ganhar a vida, mas podia ser em outros lugares, né?” Cleonice ainda ressalta outros problemas: “Muitas vezes, vejo tanto lixo. Ou uma calçada é mais alta do que a outra, tem muito batente e ladeira, que a gente pode escorregar. A minha irmã já levou duas quedas”, recorda. A cadeirante Valdeliz Forte, 72 anos, aposentada, também não faz elogios à situação em que se encontra as calçadas no bairro que mora, na Aldeota. Por conta de um acidente vascular cerebral (AVC), a aposentada ficou com a mobilidade reduzida. E, sem rampas de acesso ou piso adequado para a cadeira de rodas, ela reclama: “Falto ficar aos pedaços. Queria ter asas para não ter que andar e balançar tanto”.

- Como já foi bastante comentado, estacionar em local proibido é muito comum por aqui. Mas também há essa variação de local: quando a pessoa não quer estacionar na rua porque é proibido, então estaciona em cima da calçada. Simples assim;
- Muitos, muitos mesmo, babacas colocam som alto no carro e ficam andando ou ainda pior, parados, com som de enlouquecer qualquer um. Colocam caixas de som enormes no porta-mala do carro e deixam aberto, como se toda a cidade estivesse interessada (e obrigada) a ouvir o som deles. É muita falta de educação, de bom senso e de respeito com as outras pessoas.