9 de jun. de 2009

Claro que não dá para entender

Deixei o blog aberto para comentários durante 3 anos, mas só surgiram comentários dizendo que eu devia estar infeliz, de mal humor, que estava reclamando demais... que Fortaleza não era tão ruim assim como eu estava dizendo...

Mas a realidade é que eu concordo plenamente que não é possível para o povo do Ceará entender o que eu comento sobre Fortaleza, simplesmente porque nunca moraram no sul, então não tem como entender essa diferença que eu comento.

Alguns acham que o blog está ofensivo, falando mal do povo... mas a intenção nunca foi essa! O blog fala da imensa diferença que existe entre o nordeste e o sul do país. Eu não estou dizendo que o sul seja melhor do que o nordeste. O que eu comento é como pode ser tão diferente?! Nem parece o mesmo país.

Provavelmente para as pessoas que nasceram e cresceram no sul, o sul é muito melhor, mas para os nordestinos, provavelmente o jeito do nordeste é melhor. Cada pessoa tem seu jeito de ser, seus costumes, normalmente baseado em sua criação, seu lugar de origem, a cultura do lugar. E Fortaleza é totalmente o oposto do sul, principalmente na maneira da educação das pessoas, como comentado no blog.

Daí as pessoas perguntam se no sul não tem gente mal educada, se não acontecem coisas erradas etc.
É lógico que tem!!! Claro que as vezes tem uns ignorantes que fazem coisas erradas, mas o que eu quis dizer no blog é a quantidade de gente que faz isso.
Aqui também as vezes acontece de alguém jogar um papel no chão, por exemplo, mas isso é bastante raro de se ver e se alguém fizer, com certeza as pessoas vão olhar com cara feia. Já em Fortaleza isso acontece todos os dias, várias vezes.
Buzinas no trânsito? Muito difícil acontecer. Na verdade nem lembro quando foi a última vez que ouvi. E por aí vai as diferenças...
Portanto, aqui também tem coisa errada, mas a grande diferença é o respeito que as pessoas tem umas pelas outras. A educação sempre está em primeiro lugar. Ninguém passa por cima de ninguém. As pessoas realmente se respeitam. É outro tipo de educação, até difícil de explicar.

Mas enfim, não adianta eu tentar explicar tudo de novo, porque só consegue entender o que eu digo quem já morou no nordeste e também já morou no sul. Apenas lendo essas coisas no blog, as pessoas ficam chateadas, achando que eu sou idiota e coisas do tipo, porque não é possível imaginar como é tão diferente.

Então, gente, me desculpem, a intenção não é ofender ninguém. Eu apenas escrevi as coisas que acontecem na cidade. Elas acontecem de fato. Não tem como negar. Todo mundo pode ver.

Talvez para quem nasceu e cresceu no nordeste, esses hábitos já estejam tão incorporados no cotidiano, que a pessoa nem percebe mais como acontecem coisas feias. Talvez para vocês que estão acostumados assim, seja natural, mas aí querer me questionar por eu escrever isso... faz favor né.

Tudo que está escrito é exatamente por causa da imensa diferença que eu senti indo do sul para o nordeste. Não é minha culpa. A educação é outra, os costumes, o jeito de ser. É tudo diferente.

Se vocês pararem para refletir verdadeiramente, com certeza verão que a cidade é assim, mesmo que para vocês isso tudo seja natural. E além disso, tem muitos dados, muitos mesmo, que nem são meus!!! São estatísticas, são reportagens de jornais locais etc. Então isso é mais verdade ainda! Não fui eu que escrevi. Não podem duvidar.

E ainda além disso tudo, o blog não foi feito para as pessoas de Fortaleza lerem, afinal essas já sabem (ou pelo menos deveriam saber) como a cidade é. O blog pode ajudar alguma pessoa do sul, ou até do sudeste, que esteja pensando em morar em Fortaleza, mas ainda não decidiu, então lendo essas considerações poderá avaliar com mais calma e se irá conseguir se acostumar com uma cultura tão diferente da sua.

Se eu comentei todas essas coisas no blog, foi porque elas realmente me assustaram bastante. Eu nunca imaginei que pudesse ser tão diferente de uma região para outra.
Mas se para vocês está tudo certo dessa maneira, acham que está bom assim, que ótimo! O importante é estar satisfeito com o lugar que se vive. Sejam felizes.

21 de out. de 2008

Flanelinhas em todo canto

Ser flanelinha e pedir esmola (em qualquer lugar), são as "profissões" mais comuns em Fortaleza.

FLANELINHAS "VENDEM" ESPAÇO PÚBLICO

O POVO (24/09/2007) - Mariana Toniatti
da Redação

A rua é pública, mas o ponto de trabalho do flanelinha é dele e ninguém tasca. Sem se declarar dono - o flanelinha sabe que está ocupando um espaço público -, demarca seu pedaço. Entre eles existe respeito mesmo sem papel assinado

Cada um tem seu pedaço. Por um código estranho à qualquer regra reconhecida legalmente, os estacionamentos da cidade, especialmente nos locais onde circula dinheiro, foram distribuídos entre os flanelinhas. Eles estão em todo lugar. Tanto que hoje, conseguir um ponto não é fácil. Há casos de venda, mas o pessoal evita entrar em detalhes. Na Beira Mar, palco das disputas mais acirradas entre flanelinhas, dizem os próprios, um ponto de 13 vagas não sai por menos de R$ 10 mil. "Cinco mil faço em um ano", diz Francisco Élder, 24, guardador de carro com ponto na avenida.

"Venderam um ponto na rua dos Tabajaras (Praia de Iracema). Quanto foi? Não sei", desconversa José Gerardo da Silva, 59, flanelinha no Dragão do Mar. A presidente da Associação dos Vigilantes de Veículos (AVV) Andréia Carvalho, conta que a venda de um setor é quase sempre negada. "O vigilante sabe que é estranho porque o espaço é público. Na metade dos casos em que constatamos troca de gente nos pontos, não comprovamos a venda". Já quiseram dar R$ 5 mil nas 13 vagas de Cícero Silva, 40. O ponto fica em local privilegiado, na avenida Almirante Tamandaré, colado nos bares do calçadão do Dragão. Tem o movimento do centro cultural sem os perigos do entorno.

Cícero negou. "Com R$ 5 mil não faço nada. Não dá para abrir um negócio". "A verdade é que quase ninguém quer vender. Aqui todo dia tenho minha mixaria e sabendo administrar dá para viver com tranqüilidade", diz José Claudenor, 32. Há 12 anos, ele trabalha nas vagas em frente à antiga loja da Camelo, ao lado do shopping Del Paseo. O irmão virou funcionário da loja e entregou o ponto para ele. Para complementar a renda com os carros, Claudenor vende coco. A máquina que mantém a água gelada foi comprada com os trocados que ganha "pastorando".

No estacionamento da rua Barbosa de Freitas, na esquina com a avenida Santos Dumont, os amigos e vizinhos José Roberto Almeida, 35, e Julio da Costa, 30, dividem as vagas. Os postes servem como demarcação dos limites. A dupla diz ganhar perto de R$ 600,00 por mês, pouco mais de um salário-mínimo e meio. Zé chegou menino. Na época, o ponto, bem menos movimentado, estava disponível. Ele saiu e voltou algumas vezes. Teve carteira assinada numa indústria e depois numa gráfica. Foi demitido. Voltou a ser vigilante de veículos.

Júlio chegou justamente para "segurar o ponto", garantir que ninguém tomasse para si o que já era do Zé. Não dá mais para conseguir um ponto como Zé conseguiu, chegando e tomando conta. "Tá tudo completo, não tem uma brechazinha", confirma Nelson Souza, 38, 15 como flanelinha na Praia do Futuro. Geralmente, os novatos herdam o ponto de algum parente ou amigo.

O cunhado de Edilson Ramos Filho, 32, comprou um carrinho de churrasco com o dinheiro do ponto. Virou ambulante e repassou as 25 vagas no estacionamento do Dragão do Mar para Edilson. Cristiano de Oliveira, 30, se deu bem. Há quatro meses recebeu as vagas do Banco do Brasil, na avenida Desembargador Moreira, do amigo Francisco. "Ele arrendou um táxi com dinheiro que juntava aqui", conta. O ponto é bom. Tem rotatividade. Cristiano vende jornais no sinal em frente ao banco há quase uma década. Agora, depois das 9h, pega a flanela e dobra o apurado do dia.

Há ainda um outro jeito de se estabelecer num ponto, pegar a vaga de um "vacilão". Flanelinhas que apavoram clientes, arranham carros, furam pneus ou cometem pequenos furtos não duram muito num ponto. Acabam abandonando o local ou sendo expulsos. José Rogério Fernandes, 27, divide com um amigo o setor que foi de um único flanelinha. "Ele roubou uma bicicleta", conta Rogério. Sem direito de fato, muito menos papel assinado, os flanelinhas se entendem e estabelecem uma lógica própria. Para eles, funciona.

- Domingo é o dia mais disputado na avenida Beira Mar. Encontrar uma vaga é difícil. Do Náutico até a Praça dos Estressados, os flanelinhas organizam uma fila dupla de carros desengatados. Os motoristas concordam em deixar o carro sem puxar o freio de mão. Empurrando os carros pra cá e pra lá, os flanelinhas vão abrindo espaço para que os veículos estacionados corretamente possam sair.

- "Tem uns folgados que acham ruim quando você não tem trocado, principalmente na Beira Mar. Tem que dar, se não ele arranha o seu carro". André Luiz Haegg, 36, empresário.

- No ponto de Antônio Lima e Francisco William, na Beira Mar, um ou outro morador de rua passa pedindo dinheiro. "A gente dá R$ 0,50, R$ 1,00 para inteirar o lanche ou a bebida. Dá logo para ele não 'embaçar´ no ponto", conta William.

> Na última quarta-feira, era dia de William trabalhar, mas Antônio alugou o ponto por R$ 6,00. "Estou precisando de dinheiro e ele liberou o ponto pra mim. Hoje faço uns R$ 20,00", disse Antônio.

Motoristas se sentem obrigados a pagar
O flanelinha se apropria do espaço público e deixa pouca margem para os clientes potenciais escolherem se querem ou não o serviço ofertado. Basta parar, lá vem alguém: "Tô de olho, doutor". O discurso da maioria é a de que não se exige dinheiro, muito menos uma quantia mínima. "Ninguém tem obrigação de dar. Pode ser R$ 0,15, aceito o que vier", diz Agenor de Araújo, 39, flanelinha na Praia do Futuro. Os que são antigos no ponto e trabalham durante o dia costumam mesmo ser menos agressivos na cobrança. "Não vou fazer confusão, né!? Preciso ficar aqui", explica Cristiano de Oliveira, 30, flanelinha num banco.

"Só tenho raiva de quem entra no carro correndo e sai voado, parece que é fugindo, sem dizer um obrigado, fica pra próxima", reclama José Ribamar Silva Pinto, 53, flanelinha na praça do Ferreira. À noite é mais fácil encontrar um flanelinha que desdenha a gorjeta ou estabelece um valor, como se a rua fosse estacionamento particular. "Indo embora da Praia de Iracema, dei menos de R$ 1,00 pro guardador e ele devolveu. Outro dia fui num show no Dragão e o flanelinha me entregou um papel escrito R$ 2,00. Tive que pagar adiantado", conta a publicitária Talita Guimarães.

O comerciante Jorge Albuquerque se sente obrigado a pagar assim que estaciona nas imediações da boate Mucuripe. "Eles cobram e eu pago, se não é pior". Há pouco mais de um mês, um flanelinha "pirata" insiste em receber adiantado de quem pára na Almirante Jaceguai, ao lado do Dragão do Mar. "Ele já levou dura da polícia, mas continua enchendo o saco dos clientes", conta o flanelinha Edilson Ramos. Histórias assim se repetem. "Reforçamos que se trata de espaço público, mas alguns reclamam do sol, do perigo, e querem ser recompensados sempre", diz a presidente da Associação dos Vigilantes de Veículos, Andréia Carvalho.

Código não permite invasão de território

Vez ou outra chega um penetra querendo roubar as vagas. Soa estranho, afinal, a rua é pública. Mas no código dos flanelinhas, invadir o setor do outro é grave. Lojistas, gerentes e a própria Polícia Militar protegem os flanelinhas conhecidos. "Somos referência, o pessoal quer gente de bem. Se insistir pra ficar aqui, a gente chama o gerente e a PM reforça", diz Raimundo Nonato da Silva, 30, que ficou com o estacionamento da Caixa Econômica depois que o antigo flanelinha foi expulso por furar pneus, há quatro anos.

José Ribamar Pinto, 53, flanelinha da Praça do Ferreira desde o tempo em que "a própria praça servia de estacionamento", abre o jogo: "Penetra a gente resolve no tapa". Para marcar território, José Eleonardo Pinto, 50, o tio Léo, deixa um "funcionário" no ponto aos domingos, seu dia de folga. José Gerardo da Silva, 59, flanelinha há pelo menos 20 anos, justifica as estratégias. "De primeiro, não tinha muito concorrente, dava pra girar. Hoje, se você fica pra lá e pra cá, perde o ponto rapidinho". Há diferentes formas de manutenção da "propriedade".

Enquanto José Roberto de Almeida trabalhou na gráfica, Júlio da Costa ocupou seu ponto sem dividir o faturamento, mas cedeu novamente as vagas ao Zé quando ele foi demitido e quis voltar. Agenor Alves de Araújo, 33, passou três anos em frente à barraca Itapariká, na Praia do Futuro, substituindo o flanelinha do ponto que sofreu um grave acidente de moto. Durante todo o tempo, dividiu com ele o que ganhava. O casal Aluisio e Ivoneide da Cruz trabalha como flanelinha na Praia do Futuro. Ela também é diarista. Ele virou flanelinha depois que a barraca onde trabalhava fechou.

Um lado da rua de acesso à praia pertence ao casal. Não havia ninguém quando chegaram. O outro é de um "senhor que arrendou" o espaço. Em troca, o casal divide o "apurado". Ivoneide diz que o pessoal respeita o setor do casal. "Está no cadastro", explica referindo-se ao cadastro feito na Associação dos Vigilantes de Veículos (AVV). Cícero Silva, 40, que tem ponto no Dragão do Mar, disputa constantemente com os "piratas", principalmente no sábado. Nesse dia tem feijoada a partir das 13 horas.

Cícero chega às 16 horas, como de costume, e encontra outros flanelinhas no local. Antes dele chegar, tudo bem, mas dali pra frente, a gorjeta dos carros, mesmo que sejam veículos estacionados antes de sua chegada, é dele. Há 12 anos, Cícero pagou R$ 420,00 em prestações e um bujão de gás ao flanelinha do setor. "O cara roubou um carro e abandonou o ponto por dois dias. Mesmo assim tive que pagar. É assim que funciona".

Estatísticas de Fortaleza

Pesquisa
FORTALEZA TEM A TERCEIRA PIOR CONDIÇÃO DE MORADIA, DIZ IPEA

O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que pesquisou o acesso da população de dez capitais metropolitanas brasileiras aos serviços de água, esgoto, moradia e saneamento básico.
21 Out 2008 - 19h53min

Um estudo feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra o acesso de dez capitais metropolitanas brasileiras a serviços básicos como água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e habitação.
Com relação a Fortaleza, se compararmos com a última pesquisa feita em 1992, verifica-se uma melhora no oferecimento de alguns serviços. Mas a pesquisa mais recente revela que a Capital cearense está abaixo da média nacional em alguns aspectos e deixa a desejar se comparada com outras capitais. Além de Fortaleza, integram a lista da pesquisa as capitais Belém, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Recife.

HABITAÇÃO
Apenas pouco mais da metade dos habitantes, exatamente 52,2% da população da Capital cearense, têm acesso a condições dignas de moradia, colocando Fortaleza em 3° lugar no ranking das piores cidades. A Capital perde apenas para Belém (29,6% da população) e Recife (45,3%).
O estudo apontou ainda o índice de adensamento excessivo, ou seja, a quantidade de pessoas morando juntas no mesmo domicílio. Das famílias brasileiras pesquisadas, 56,3% moram juntas por falta de recursos financeiros. Em Fortaleza, esse índice é de 62,4% e a média de moradores por domicilio é de 9,1, um pouco abaixo da média das cidades metropolitanas da pesquisa, que é de 9,3.

SANEAMENTO
Saneamento: a comunidade Che Guevara está entre os quase 30% que não têm acesso ao esgoto (Foto: Tuno Vieira)

Dentre as cidades apresentadas na pesquisa, Fortaleza ocupa o segundo pior lugar no que se refere ao acesso adequado a água, perdendo apenas para Belém (64,5%). O serviço é oferecido a 88,5% da população. Em relação ao último estudo desse quesito, divulgado em 1992 pela PNAD, o acesso a água potável Fortaleza foi ampliado. Nessa época, os serviços chegavam a apenas 67,8% dos habitantes.
Já o acesso aos serviços de esgoto, o acesso passou de 67,2%, em 1992, para 71,1%, em 2007. Porém, Fortaleza foi considerada a segunda pior no oferecimento do serviço, perdendo apenas para Recife (64,2%).
A coleta de lixo em Fortaleza é a pior dentre as regiões metropolitanas. Dos moradores da capital, 94,6% deles dispõem deste serviço. A média brasileira é de 9% da população.

Redação O POVO Online

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Sinceramente essa reportagem só pode ser piada!!! 1.701?!?! Só na Beira-Mar deve ter quase esse número, imagina na cidade toda!!! Esse dado foi tão absurdo que chegou a ser engraçado.

1.701 PESSOAS MORAM NA RUA

Em fortaleza (16/10/2008)

Jornal Diário do Nordeste


Sem apoio: segundo a Semas, maioria dos moradores de rua rompeu os vínculos familiares (Foto: Miguel Portela)

Número de moradores de rua em Fortaleza diminuiu, se comparado à pesquisa anterior, realizada no ano de 2000

Em Fortaleza, há 1.701 moradores de rua identificados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Isso corresponde a 0,069% da população total da Capital e é um índice superior à média nacional, com proporção de 0,061%. Os dados foram divulgados, ontem, pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), ao apresentar o perfil de moradores de rua de Fortaleza, a partir da Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Na Capital, essa iniciativa contou com a parceria do Centro de Atendimento à População de Rua (CAPR), unidade social da Semas.

A apresentação foi feita por Cynthia Studart, coordenadora da Proteção Social Especial da Semas, que fez um comparativo entre os dados nacionais e municipal. Ela ressaltou que o número de moradores de rua identificados em Fortaleza diminuiu, em 300 pessoas, se comparado a pesquisa anterior, realizada no ano de 2000. Na época, foram verificados cerca de 2 mil moradores.

Na pesquisa anterior, foi considerado o público com menos de 18 anos. Enquanto que, na deste ano, que começou em agosto do ano passado e se estendeu até março última, informações que pudessem gerar conflitos nas estatísticas foram evitadas e não coletadas, uma vez que o morador de rua tem um perfil flutuante. Segundo Cyntia, o objetivo não é fazer a retirada desses moradores das ruas. Na sua avaliação, o mais importante é que criar estruturas, especialmente de políticas municipais, que ofereçam condições para que eles levem um vida normal e, na medida do possível, refaçam e fortaleçam os laços familiares.

“O que observamos com essa pesquisa é que a maioria dos moradores de rua tinham vínculos familiares, mas que foram rompidos por algum motivo, tais como envolvimento com drogas, distúrbios psicossomáticos e desemprego”, disse a representante da Secretaria de Assistência Social.

A apresentação fez parte da programação do seminário “Compreensões e Perspectivas para uma Abordagem Cidadã à População de Rua”, organizado pela Semas em parceria com a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza.

Política intersetorial

Realizado no auditório da Guarda Municipal, o seminário foi uma das ações planejadas pelo grupo de trabalho que vem discutindo uma Política Municipal Intersetorial de Atenção à População de Rua, formado por entidades da sociedade civil que trabalham com esse segmento e representantes do poder público municipal.

O evento contou, ainda, com as presenças do diretor geral da Guarda Municipal, Arimá Rocha; do assessor da Pastoral do Morador de Rua, mantida pela Arquidiocese de Fortaleza, padre Lino Allegri e o tenente-coronel Erivaldo Gomes, coordenador do Ronda do Quarteirão, que esteve representando o titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Monteiro.

PERFIL

Foram identificadas 1.701 pessoas em situação de rua

Mais da metade (56,3%) das pessoas entrevistadas tem entre 25 e 44 anos

45,4% não concluíram o primeiro grau

53,8% se declararam pardos. Declararam preto 24,8% e brancos 19,8%

66,7% sempre viveram no município em que moram atualmente, (23,4%, vieram de outros estados)

Os principais motivos pelos quais essas pessoas passaram a viver e morar na rua se referem ao alcoolismo e/ou drogas (13%); problemas com familiares (12,9%); e desemprego (12,1%)


4 de mai. de 2008

Algumas coisas nós só entendemos depois de algum tempo

Logo que chegamos em Fortaleza não entendemos várias coisas, nem mesmo o que eles falavam. Eles falam tão enrolados, com o som tão fechado e as vezes rápido, que não dá para entender nada do que dizem. Levamos 1 ano para nos acostumar com o modo de falar das pessoas daqui e começar a entender melhor o que diziam. Mas ainda hoje, algumas vezes, não entendemos algumas palavras.

Mas não é sobre isso que quero falar aqui. Fiz uma pequena lista de coisas que acontecem na cidade e que nós não entendíamos o porquê.

- muitos motoqueiros buzinam em todas as esquinas que passam. Nós achávamos aquilo tão estranho e até mal educado, mas depois de um tempo entendemos que o motivo para tanta buzina é que os carros não param nas esquinas e muitas vezes não param nem nos sinais. Os motoqueiros tem medo e buzinam, mesmo estando na preferencial, para avisar que estão passando;

- nas filas, as pessoas param quase grudadas na gente. É muito desconfortável. Eu sempre aprendi que devemos deixar um braço de distância da pessoa da frente, mas aqui eles grudam, é horrível. Mas depois de um tempo é possível entender o motivo: ninguém respeita fila! As pessoas tentam furar a fila o tempo todo, então se deixar um espaço entre você e a pessoa da frente, é bem possível que alguém vai se enfiar no meio, dizendo na maior cara de pau que não tinha vista que era uma fila... Eles chegam pelos lados, por qualquer lugar e sempre tentam entrar lá no início da fila;

- outra coisa que achávamos muito estranho são as pessoas caminhando nas ruas em vez de caminhar nas calçadas. Eu achava falta de educação, além de ser perigoso. Mas rápido se aprende o motivo: quase não existem calçadas por aqui. É, isso mesmo. Muitas calçadas são quebradas, outras estão cheias de carros estacionados, umas tem tantos buracos e sujeira que nem dá para passar, outras não existem porque os estabelecimentos comerciais constroem até a rua, e umas dão tantas voltas, sobem escada, descem escadas, para desviar do estacionamento que acaba sendo mais prático passar pela rua mesmo;

- existem muitas pessoas pedindo esmola. No começo eu ficava com pena, afinal são pessoas necessitadas, mas com o tempo a gente acaba entendendo que é necessário ignorar, não dar mais bola para isso porque tem uma pessoa pedindo em cada esquina. Pedir esmola em Fortaleza virou uma profissão, assim como os flanelinhas (oh gente irritante);

- depois de um tempo a gente também entende que é necessário falar devagar, muito devagar para que eles possam anotar as coisas. Não adianta falar, por exemplo, o endereço rápido porque eles não conseguem entender e anotar com agilidade, então você acaba repetindo umas 3 ou 4 vezes até que conseguem anotar. É melhor falar bem devagar, sílaba por sílaba. Mesma coisa acontece com o sabor da pizza que pedimos, até que conseguem anotar o apartamento, já esqueceram o sabor. Se pedir uma água sem gás, com gelo e laranja, nem preciso falar que vem tudo errado né. É muita informação de uma vez só. Tudo é muito devagar por aqui;

- outra coisa que se aprende é que sempre, mas sempre mesmo, que marcar um compromisso com alguém, pegue o telefone da pessoa. A chance de a pessoa não aparecer, ou ao menos chegar com algumas horas de atraso, é muito grande. Então se você tiver o telefone, pode ligar confirmando. Se não ligar, é bem provável que ficará o dia todo esperando a toa;

- é preciso aprender a pechinchar. Depois de algum tempinho se percebe que os preços para nativos e para “turistas” é diferenciado. Eu acho muito chato, na verdade uma falta de respeito, uma enganação, os vendedores de rua cobrar mais caro de quem tem cara de turista. O preço tem que ser o mesmo para todos, o preço verdadeiro. Mas eles cobram mais, e sempre. Então é necessário aprender a pechinchar, se consegue desconto em tudo;

- depois de um tempo a gente se conforma que independente de onde for morar, sempre terá uma "favela" por perto. Mesmo que more nos melhores bairros da cidade (Meireles e Aldeota), sempre terá umas casinhas muito simples, áreas invadidas, próximo. É tudo muito misturado, então não adianta ficar se mudando toda hora porque sempre terá construções feias por perto;

- enfim, depois de um tempo a gente percebe que por aqui ninguém tem respeito uns pelos outros, que o povo é totalmente individualista e cada um faz o que é melhor para si, sem se importar com as outras pessoas. Na verdade se aprende que Fortaleza é uma cidade sem leis, sem regras, cada um faz o que quer!

Esgoto e lixo

E eu acreditava que a praia do Futuro não era muito poluída...

Fotos: Daniel Roman
Autor: Marina Leitão
http://www.kitesurfmania.com.br/ksm/fotoreportagem/default.asp?id=789

E tudo isso já tem um destino certo...

...O nosso mar!!!

Praticamente um depósito de lixo de frente para a praia... ...tijolos, sacos plásticos, pedras, restos de comida.
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DESOLAÇÃO E BRINCADEIRA diante do inimigo: o esgoto a céu aberto, cena comum na periferia de Fortaleza (Foto: Fábio Lima)

Jornal Diário do Nordeste - 30/04/2006
Seis mil crianças morrem por dia no mundo
Luciano Luque/Suzete Nocrato - da Editoria Nacional/Editora de Cidade
Se você se admirou nesta série de reportagens que um bilhão de seres humanos passam fome no mundo; e que outros, 1,1 bilhão, não têm água potável, prepare-se: 2,742 bilhões de pessoas (1/3 da população mundial) não têm acesso ao saneamento ambiental (básico), segundo Relatório da ONU. Isto mata 6 mil crianças diariamente no mundo.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=333278
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Essas fotos e textos são do site O MARIANTE
http://omareante.uniblog.com.br/index.php?b=61365&d=m&d2=1180666800

As galerias de esgoto da Praia de Iracema em Fortaleza - CE, estão assim: recheadas de lixo. Imagina onde isso tudo vai parar quando a maré encher?
Por Paula Costa - Assessoria de Imprensa

Esgoto a céu aberto despejando dejetos na Praia de Iracema em Fortaleza - CE. Alguém se arrisca a tomar banho de mar?
Por Paula Costa - Assessoria de Imprensa

Mais flagrantes da poluição na praia de Iracema em Fortaleza - CE. Precisa dizer mais?
Por Paula Costa - Assessoria de Imprensa

As fotos comprovam: a praia de Iracema em Fortaleza - CE também é um mar de lixo. Eis o primeiro flagrante do ambientalista Adriano Artoni que este lá entre os dias 09 e 10 deste mês.
Por Paula Costa - Assessoria de Imprensa

Lixo nas calçadas e nas ruas

FORTALEZA PERDE EM BELEZA COM DETRITOS DEIXADOS PELA POPULAÇÃO EM RUAS E AVENIDAS DA CAPITAL CEARENSE

DIARIO DO NORDESTE(10/07/2007)
Qualquer um sabe precisar o que é rua ou avenida: vias públicas para circulação urbana, total ou parcialmente ladeada de edificações. Em Fortaleza, a definição vai mais além. Avenidas e ruas da Capital deveriam ser utilizadas, de forma democrática, por pedestres e motoristas. Mas isso está longe de acontecer. Muitas delas estão servindo de depósito para lixo, entulhos e dejetos diversos, tirando a beleza da cidade.
Basta circular pela Capital para conferir os “depósitos”. Crescem na área nobre da cidade ou na periferia, sem distinção. Um exemplo é a Avenida dos Flamboyantes, na Cidade 2000, no cruzamento com a Rua Andrade Furtado. Ali, junto a um terreno colocado à venda, lixo doméstico, entulho de construções e galhos de árvores ocupam o espaço que deveria ser para a passagem de pedestres. O “depósito” já invadiu a rua. O bueiro no cruzamento das vias está completamente tomado pelo lixo.
Para completar, junto à sujeira, o proprietário do Depósito 2000, Marcelo Araújo, resolveu utilizar o espaço para armazenar areia, pedras, barro e outros materiais de construção. Para circular, os pedestres têm que usar o asfalto. Araújo garante que tem autorização do dono do terreno para colocar o material próximo à cerca, já que não existe calçada ali. “O dono do terreno disse que posso usar o espaço enquanto ele não manda construir a calçada. Quando ele for fazer a construção, eu retiro o meu material”, assegura.
Ainda na Avenida Flamboyantes, outros dois pontos começam a despontar como depósitos de entulho e lixo. Um deles fica no cruzamento com a Travessa Maria Isabel.
Outro mau exemplo de utilização da via pública pode ser visto na Rua Jaguaretama, na Aldeota. No trecho junto ao Portão “C” do Ginásio Paulo Sarasate, um verdadeiro monumento à ferrugem ocupa o asfalto e também já serve como depósito de lixo doméstico: um Fusca branco, ano 1976, quase todo amassado, bancos imprestáveis e pneus furados. O proprietário do veículo, Gerardo Ribeiro, assegura que em breve retirará o Fusca da rua, levando o veículo para uma oficina, onde pretende recuperá-lo. Há mais de quatro anos, o veículo permanece estacionado ali, estando tomado pela ferrugem. “Já estou recuperando outro veículo, um Fusca 1969, na oficina. Quando receber, deixarei o Fusca 76 lá”, promete. O Fusca está estacionado em frente à casa da mãe do proprietário. Vizinhos que não querem se identificar para evitar atritos, dizem que o “monumento à ferrugem” enfeia a rua e está servindo como depósito de lixo doméstico.
Indagada sobre a sujeira na Avenida dos Flamboyantes, a Secretaria Executiva Regional (SER II) informou que o proprietário do Depósito 2000 já foi notificado, autuado e multado por uso irregular do espaço público. A reincidência na infração será devidamente apurada. Quanto ao lixo no lugar, a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) foi solicitada a providenciar a limpeza, inclusive do bueiro.
Sobre o veículo enferrujado na Rua Jaguaretama, a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) comprometeu-se a enviar equipe ao local para verificar a situação do Fusca 1979. Não está descartada a hipótese de reboque do carro.
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/print.php?storyid=2914


LIXO NAS RUAS E FLAGRANTES DE DESRESPEITO COM A CIDADE

14/02/2008 00:29 Thiago Cafardo da Redação
Vários "depósitos" de lixo estão espalhados pelas vias de Fortaleza. A Prefeitura realiza a limpeza, mas os próprios moradores acabam despejando a sujeira em locais que deveriam servir para a passagem.
Catador é flagrado ao jogar sacos de lixo e entulhos na rua Major Weyne, no Jardim América(Foto: EVILÁZIO BEZERRA)

A placa "É proibido colocar lixo", da Prefeitura de Fortaleza, não é suficiente para evitar que a calçada da rua Carlos Gomes, no bairro José Bonifácio, vire um depósito de lixo. Pneus velhos, cocos, plásticos, concreto e restos de comida acumulam moscas e atrapalham a passagem dos pedestres. "O pessoal vem com carrinho de mão lotado para jogar aqui. São os próprios moradores das ruas próximas que colocam essa sujeira toda", afirma o comerciante Carlos Alberto. "Outro dia jogaram até um cachorro morto", disse. O acúmulo de lixo não é um "privilégio" apenas da Carlos Gomes. Basta uma volta rápida pela cidade para notar que existem vários "depósitos" nas ruas e avenidas de Fortaleza.
Na rua Major Weyne, no Jardim América, a montanha de lixo chega a atrapalhar os veículos que circulam pela via. "Aqui vem lixo de todo canto. Isso aqui é horrível. Junta mosca, rato, barata. Até caranguejo morto colocam aqui", conta o mecânico Pedro Henrique, 49, proprietário de uma oficina a poucos metros do depósito. "A culpa é dos próprios moradores da região", diz ele, garantindo que não contribui para o acúmulo de sujeira. Na própria rua Major Weyne, a equipe do O POVO flagrou dois moradores e um catador de lixo despejando a sujeira na calçada. "Eu sei que não é certo, mas é o local mais próximo da nossa casa", afirma a dona-de-casa Lucilene Lima, que jogou dois sacos de lixo doméstico no local.
A situação é a mesma na avenida Eduardo Girão (do canal), na rua Alberto Magno (altura do número 100), Tenente Benévolo, Costa Barros com Dona Leopoldina, José Bastos, Euzébio de Souza com Domingos Olímpio, entre outras. Na lagoa da Parangaba, nem as duas caçambas colocadas pela Ecofor evitam que o lixo seja despejado no chão da praça. Na rua Franklin Távora, no Centro, a moradora Marly Lima conta que chegou a gastar R$ 100 para comprar um tambor e evitar que o lixo ficasse espalhado na rua.

Falta de educação
A maioria das pessoas culpa a própria falta de educação dos moradores para o acúmulo de lixo na cidade. Eles dizem que a Prefeitura de Fortaleza faz a limpeza sistemática dos locais, mas que acaba não dando conta de tanta sujeira despejada. "Aqui eles limpam todos os dias. Até duas vezes por dia já chegaram a limpar. Mas não adianta", afirma o mecânico Pedro Henrique, da rua Major Weyne. Na rua Carlos Gomes, o comerciante Carlos Alberto conta que o caminhão costume limpar a rua às terças, quintas e sábados.
Segundo Eveline Sousa, presidente da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), a coleta de lixo é realizada de forma periódica em Fortaleza. "A gente tem uma rota de coleta, mas existem alguns pontos onde a demanda é maior. Mas quando há urgência, deslocamos um carro para o local", explica. Ela diz que a Emlurb promove algumas campanhas para conscientizar a população sobre os perigos do lixo espalhado nas ruas. "Nossa maior preocupação é não deixar acumular por causa das chuvas. Mas a demanda é muito grande", afirma Eveline. Cerca de 3,5 mil toneladas de lixo são recolhidas por dia pelos 120 caminhões coletores que circulam em Fortaleza.
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/765644.html


CENAS DO COTIDIANO

14/02/2008 00:29
Assim que recebi a notícia de que faria essa pauta sobre o lixo na cidade, a primeira imagem que veio à minha cabeça foi uma cena que presenciei no domingo à tarde, no caminho de casa até a redação do O POVO. Estava dirigindo tranqüilo pela avenida Luciano Carneiro e parei no sinal da Borges de Melo. Uma caminhonete Hilux parou à minha frente no cruzamento. Para meu espanto, o motorista abriu a janela do carro e jogou uma lata de cerveja vazia no canteiro central da avenida. Respirei fundo e contei até dez para não soltar um palavrão daqueles. Limitei-me a pensar: "Imundo".
Depois comecei a lembrar as outras cenas que já presenciei de falta de educação dos próprios moradores de Fortaleza. E foram muitas. Há uns três anos, vi um homem arremessar um coco verde pela janela do carro. Na mesma época, quando estava em um ônibus da linha Paranjana, flagrei outro homem jogando um lata vazia na avenida Mister Hull. Detalhe: o ônibus estava em cima do viaduto e ele, na maior cara-de-pau, atirou o objeto lá embaixo. Inacreditável!
Enquanto percorríamos alguns bairros da cidade, encontramos vários flagrantes de moradores despejando lixo nas calçadas. Às vezes me pergunto: será que é muito difícil andar com uma sacolinha de lixo no carro? Será que é muito difícil guardar a lata vazia ou o saquinho de biscoito para jogar no lixo do terminal de ônibus?
Não tenho procuração para defender a Prefeitura de Fortaleza - e esse nem é o papel do jornalista. Aliás, acho até que ela tem a sua parcela de culpa. Mas, essas mesmas pessoas que jogam o lixo nas ruas, serão as primeiras a reclamar do Poder Público quando a chuva alagar a cidade. E não venham de dizer que é só na periferia!
Thiago Cafardo. Jornalista e repórter do Núcleo do Cotidiano
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/765647.html


MAIS EDUCAÇÃO

14/02/2008 00:29
"Aqui fica cheio de ratos, moscas e outros bichos. Mas o pessoal não aprende que não pode jogar lixo na rua. É muito relaxo, muita falta de educação". O comerciante Luiz José da Costa, de 75, anos, diz que já "cansou" de avisar aos moradores que o canteiro central da avenida Expedicionários não é depósito de lixo. "Estou aqui desde 76 e sempre foi assim". Ele diz que a Prefeitura limpa todos os dias a área, mas que a quantidade de lixo despejada no local é muito grande. "Até folheto educativo já distribuíram aqui, mas não adianta. Se o povo fosse mais educado, o Brasil seria bem melhor", afirma.
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/765636.html


A CIDADE É NOSSA. O QUE PODEMOS FAZER POR ELA?

Celina Côrte Pinheiro
05/04/2008 00:43
O lixo se acumula nas calçadas tomando o espaço do pedestre.
No último dia 25 de março, tive o prazer de estar presente no evento “Diálogos Urbanos” promovido pelo O POVO. O tema girou em torno das propostas e perspectivas para a cidade de Fortaleza. Discussão rica, inteligente e interessante.
Meu pensamento voou e o resultado vem logo seguir:
Quando penso no lixo que, em bairros considerados nobres, se acumula nas calçadas e nos obriga a caminhar pelo asfalto, colocando nossas vidas em risco;
Quando penso no mau cheiro do lixo que consegue subir até os andares mais elevados dos prédios;
Quando penso na dificuldade de obediência às regras que devem nortear qualquer agrupamento humano;
Quando penso no trânsito indisciplinado e na ocupação desorientada das calçadas...

Pergunto-me em que estado estarão os bairros desprovidos de serviços básicos para a saúde humana e de escolas inteligentes.
Tal qual Marina Colassanti, penso também que a gente se acostuma a tudo, mas não podemos deixar de nos indignar diante desse cenário cruel, em que grassa a violência em todos os níveis. Tratar pessoas humildes como se fossem desprovidas de percepções, sentimentos, é sinal de falta de sensibilidade. O saneamento básico deveria ser possível, se não a todos, pelo menos à maioria dos habitantes desta cidade. Serviços de atenção à saúde, bem equipados, limpos, com profissionais comprometidos e satisfeitos minimizariam a dor de se sentir debilitado, mesmo que provisoriamente. As escolas cercadas por árvores, como salas amplas e bem arejadas despertariam nos alunos a vontade de ir e permanecer. Qualquer tentativa de destruição das escolas seria abortada em seu nascedouro, pois toda comunidade sentiria o dever de zelar por elas. Da mesma forma, imagino as ruas arborizadas, oferecendo sombra aos pedestres; uma pavimentação adequada, tanto nas ruas, quanto nas calçadas e nenhum lixo. Adeus lixinhos e lixões nas calçadas e nos imensos contêineres. Adeus, mau cheiro!
http://www.opovo.com.br/opovo/jornaldoleitor/777925.html


CAMPANHA MOSTRA O LIXO RECOLHIDO NAS RUAS DO CENTRO EM UM DIA

01/11/2006
Nesta quarta-feira, 1º de novembro, às 9 horas, uma pirâmide de lixo foi erguida na Praça do Ferreira, formada por 300 sacos, contendo 70 toneladas de lixo recolhidas em um único dia das ruas do Centro. O objetivo é mostrar à população a quantidade de lixo recolhida do chão durante um turno de trabalho da equipe de limpeza.
A Despedida do Lixo é um reforço às ações de educação ambiental desenvolvidas desde agosto passado e à colocação de 400 lixeiras em locais estratégicos do Centro. Recentemente, nos dias 23, 24 e 25 de outubro, o grupo Terapia do Riso fez apresentações sobre a importância do uso das lixeiras, com ações na Estação João Felipe, nas principais praças do Centro, bem como no terminal Parangaba e nos coletivos com destino ao Centro. Cerca de 10 atores trabalharam com faixas e placas com palavras de ordem para sensibilização.
http://www.guilhermesampaio.com.br/noticias/texto.asp?ID=348


Parece piada, mas em Fortaleza ainda é necessário ensinar as pessoas que o lixo deve ser jogado nas lixeiras. É como se a lixeira fosse um objeto desconhecido, que ninguém sabe para que serve e tem até medo de se aproximar. Talvez pensem que é o bicho-papão.


BENFICA, LIXO QUE ACUMULA E CRISE DE CONVIVÊNCIA

16/02/2008 16:50
Moradores do bairro, conhecido como reduto boêmio de Fortaleza, reclamam do acúmulo de lixo pelas ruas. Outro problema está relacionado à difícil convivência entre alguns moradores e o público que, toda sexta-feira, frequenta a praça da Gentilândia.
Conhecido como um dos bairros mais boêmios de Fortaleza, o Benfica sofre com um problema que atinge a toda a cidade mas que ali se agrava com o número de bares e com a quantidade de pessoas que por lá transitam: a limpeza de ruas, avenidas e praças. Andando pelo bairro e também próximo da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, é praticamente impossível se encontrar lixeiras. O lixo, portanto, acaba no meio fio, atrapalhando a vida de quem mora na área, principalmente em dias de chuva.
A estudante Ana Isabel Cortês, que faz mestrado de história na UFC, diz que fica muito triste ao ver que o bairro onde mora há dois anos cheio de lixo espalhado pelas ruas. "É sujo, não tem limpeza de canteiros e, quando chove, não dá nem para sair de casa, pois o lixo acumula nos bueiros e enche a rua", destaca. Os problemas decorrentes da falta de limpeza são também sentidos na pele. "A quantidade de mosquitos e muriçocas aumenta por causa disso. Já chamei gente para ir lá em casa ver se são mosquitos da dengue que estão entrando. Mas, como vai controlar essa praga se não se limpa a cidade?", questiona.
A limpeza pública também é uma preocupação do ex-vigilante, João Joaquim Oliveira, 64 anos, que mora em frente à lagoa do Mondubim. Segundo ele, a falta de limpeza, corte de mato e dedetização na área traz riscos à saúde da população. "É tão fácil pedir para os órgãos de limpeza vir aqui arrumar isso. Não sei qual a razão de demorar tanto ou de se fazer tão pouco uma coisa básica dessas", diz.
http://www.opovo.com.br/opovo/politica/766328.html


SE ESSA CALÇADA FOSSE MINHA...

Andar nas calçadas de Fortaleza, em áreas nobres ou não, é uma aventura. Buracos, lixo, carros, camelôs, falta de calçamento, desníveis brutais no piso - as irregularidades são imensas. Uma lei obriga cada proprietário a cuidar do calçamento de seu imóvel, mas poucos cumprem suas obrigações, aumentando o caos urbano na nossa Fortaleza.
Parece brincadeira, mas uma piada urbanística européia tornou-se realidade: Londres resistiu bravamente aos ataques dos alemães, mas Fortaleza não agüenta uma chuva de quinze minutos. Logo o trânsito entra em colapso, os bueiros entupidos cospem lixo, as ruas ficam inundadas e o fortalezense volta a repensar o projeto sempre adiado de morar numa cidade tranqüila (pelo menos mais civilizada) do interior. Vamos discutir um problema: a união de áreas ricas e pobres no descaso às calçadas.
Qualquer hora do dia o sofrido pedestre, sem sucesso, procura brechas para percorrer a calçada da Av. Santos Dumont lá no seu início proximo ao cruzamento com a rua Rodrigues Júnior, semeada de pneus para venda em borracheiros e motos estacionadas. Os poucos metros que restam de calçamento obrigam os pedestres a formar uma verdadeira fila indiana. Ao tentar uma ultrapassagem, uma dona de casa é "esmagada" contra um telefone público por um grupo de pessoas. Resolve, então, desafiar carros e motos, arriscando-se na difícil travessia de uma rua lotada de veículos. Seu objetivo é cumprido, mas não sem antes despender certa dose de suor, passos acelerados e algum equilíbrio entre os automóveis pouco solidários à sua aflição.
O relato não se refere a uma experiência exclusiva daquela dona de casa; qualquer pedestre, na maioria das ruas fortalezenses, já passou por isso. Seu desfecho, contudo, pode vir a ser bem mais trágico.
Irregularidades envolvendo calçamentos estão previstas na lei municipal Nº 5.530, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1981.. Basta caminhar alguns metros pelas ruas de qualquer bairro em nossa capital para perceber que a "calçada ideal", moldada pela lei, é praticamente uma utopia. Todos sabem que são "poucos" os passeios que respeitam as condições exigidas. Contudo, ele não titubeia em opinar que a falta de conhecimento das leis agrava o descaso às calçadas.
De fato, muitos desconhecem que a construção e o reparo das calçadas não são responsabilidades somente da prefeitura, mas a fiscalização é. Conforme disposto na mesma lei, "os responsáveis por imóveis, edificados ou não, lindeiros a vias ou logradouros públicos dotados de guias e sarjetas, são obrigados a construir os respectivos passeios na extensão correspondente à sua testada". E mais: o texto determina que esses indivíduos devem zelar, sob pena de multa, pelo "perfeito estado de conservação" de seus calçamentos.
A fiscalização é zero e os fiscais só agem quando há uma denúncia. Cobramos a conscientização. Buracos à parte, os pedestres também são obrigados a concorrer com o exército de ambulantes que lota as ruas do centro de Fortaleza, que junto com automóveis esparramados sobre as calçadas também acabam por asfixiar ainda mais o incauto transeunte. Em nossa cidade, os automóveis estão sendo cada vez mais priorizados, em detrimento dos pedestres. Estamos perdendo nossas calçadas para os veículos. É uma posição política: em primeiro lugar estão os automóveis, em segundo, os pedestres e em terceiro, os deficientes. Se o estado deplorável das calçadas expulsa os pedestres das vias públicas, a posição dos portadores de deficiências físicas é bem mais grave. "Eles estão totalmente afastados do espaço público", comenta Darus, da Abraspe.
No entanto, na avaliação do presidente da Abraspe, mesmo com os rebaixamentos de guia perdem o sentido na medida em que as calçadas não possuem condições de circulação. "Os deficientes só conseguiriam utilizar as guias rebaixadas se descessem de pára-quedas nas calçadas".
http://blogdacidadefortaleza.blogspot.com/2008/01/se-essa-calada-fosse-minha.html


POPULAÇÃO RECLAMA DO LIXO NAS CALÇADAS

18/02/2008 00:29
Daniela Nogueira
Na esquina das ruas Francisco Holanda e Silva Paulet, no Dionísio Torres, há muito lixo acumulado (Foto: RODRIGO CARVALHO/ESPECIAL PARA O POVO)

No bairro Dionísio Torres, na esquina das ruas Francisco Holanda e Silva Paulet, há muito lixo acumulado, que é colocado pela população que mora próximo à área, relata a leitora Tercília Oliveira. Outro problema, diz, são os bueiros do local tapados com cimento, o que dificulta o escoamento de água quando chove. Outro leitor, João Paulo Rodrigues, queixa-se do lixo em outro cruzamento: na rua Padre Mororó com a rua Guilherme Rocha. Ele culpa a população por contribuir com a sujeira no espaço.
Resposta: Uma equipe da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) será enviada aos dois locais para retirar o lixo e fazer uma vistoria para, depois, concluir que procedimento adotar com as áreas. Foi o que informou a assessoria de imprensa da Emlurb. Da Secretaria Executiva Regional (SER) II, responsável pelo bairro Dionísio Torres, a assessora informou que colocou, na pauta de serviço do Distrito de Infra-estrutura, a ida ao local para verificar que tipo de intervenção de concreto está feita. Se for uma boca-de-lobo tapada indevidamente, a ação será desfeita, afirma a assessora.
http://www.opovo.com.br/opovo/colunas/opovonosbairros/766531.html


Postei essa última reportagem só para fazer um comentário.

Quem não mora aqui, não imagina como é engraçado ver essas respostas dos órgãos responsáveis pela manutenção da cidade. Olhar o Jornal do Meio Dia, na TV Globo local, parece mais um programa de humor. Sempre que a população reclama de problemas nas ruas, calçadas, lixo etc, a equipe do jornal entra em contato com o órgão responsável pela área para ver o que, como e quando o problema será solucionado. Aí é que vem a piada. Sempre, mas sempre mesmo, eles respondem que já estavam mesmo verificando a situação, que já estavam mandando uma equipe até o local, que amanhã mesmo iriam até a localidade verificar o problema...
Isso chega a ser ridículo. Parece que estão debochando da cara do povo, fazendo promessas, ou tentando se mostrar eficazes, quando na verdade eles nem estavam planejando a visita no local e não tinham nenhum interesse em tomar alguma providência.
Os apresentadores do jornal, as vezes fazem umas caras engraçadas, tipo dizendo: aham, sei que vocês vão sim, é sempre a mesma promessa... E é lógico que na maioria das vezes eles não vão ao local ou ao menos não resolvem o problema.

3 de mai. de 2008

Por que eu estou em Fortaleza...

Bem, muita gente deve ler esse blog e se perguntar o motivo de eu estar em Fortaleza se vivo comentando tantos problemas e tamanha diferença em relação ao sul do Brasil. Resolvi fazer um comentário sobre a minha vinda para cá.
Desde adolescente eu queria morar no nordeste. Inicialmente eu pensava em ir para a Bahia, afinal lá no RS a Bahia era o estado nordestino mais comentado. Mas independente do estado, eu sonhava em morar no nordeste. Ficava imaginando o sol, calor, verão o ano todo... hum que delícia fugir do nosso inverno congelante. E assim eu continuei planejando minha vinda.
Quando terminei a faculdade, no final de 2005, decidi que era a hora certa, estava sem trabalhar e poderia continuar estudando e trabalhar no nordeste. Então comecei a pesquisar na Internet sobre as capitais do nordeste para escolher em qual eu iria morar. Estava indecisa entre Maceió, Natal, João Pessoa e Fortaleza. Concluí que João Pessoa, apesar de ter muito verde e provavelmente ser bem mais agradável por ser menor, não teria muita oportunidade de emprego, pois é muito pobre. Natal, apesar de lindo, o custo de vida é o mais alto do nordeste. Maceió tem fama de muita violência (não tanto como Recife) e a prefeitura nem sequer respondeu meu email pedindo informações sobre a cidade. Já sobre Fortaleza eu encontrei muita informação na Internet, sobre todos os pontos que eu queria saber e além disso a prefeitura foi muito prestativa, respondeu meu email com todas as informações que eu havia pedido. Enfim, eu havia decidido para onde iria.
No dia 13 de fevereiro de 2006, por volta das 6 horas da manhã eu peguei o avião em Porto Alegre com destino a Fortaleza.
Ah, mas antes disso eu vendi meu carro, vendi meus móveis, vendi meus eletrodomésticos, dei quase todas as minhas roupas e sapatos, deixei minha família, coloquei algumas roupas na mala, peguei minha gatinha, meu namorado e viemos, assim, sem conhecer nada.
Loucura? Totalmente! Mas era o que eu queria há muitos anos. Era o que eu sonhava desde adolescente: morar no nordeste. Eu precisava vim.
O porém foi que chegando aqui eu percebi que tudo era muito diferente do que eu imaginava, de tudo que eu tinha sonhado minha vida inteira. Eu pensava que teria diferença na maneira de falar, sotaque, nas comidas, na música, mas eu nunca imaginei esse abismo cultural, essa falta de educação, essa falta de respeito que as pessoas tem umas pelas outras, essa ganância de sempre querer ser mais, ser o primeiro mesmo que se tenha que passar por cima dos outros e principalmente, como eu não me canso de repetir, essa falta de bom senso. Além disso, os empregos por aqui também são uma exploração absurda. Tenho até pena do povo que trabalha tanto e não ganha nada. Até hoje eu não entendi como as pessoas conseguem viver ganhando tão pouco. E a sujeira pelas ruas... muitas, ou quase todas as pessoas jogam lixo no chão, o dia inteiro, todos os dias, em qualquer lugar. É tudo muito estranho por aqui.
Provavelmente tu está perguntando: e por que tu ainda não foi embora?
Eu ainda não fui embora porque eu vim para cá acreditando que seria ótimo, que eu ia amar morar por aqui, que ia ficar aqui para sempre e por isso eu comprei um apartamento. Agora estou tentando vender o apartamento para poder ir embora. Infelizmente é meio demorado vender apartamento por aqui, pois Fortaleza tem um edifício ao lado do outro, na cidade toda, então existem muitos apartamentos para vender, em toda parte. A concorrência é enorme. Mas assim que eu vender eu vou embora no dia seguinte, em que seja de carroça rss.
Bem, essa é minha história de como vim parar em Fortaleza.
Eu quis contar isso para mostrar que eu vim para cá acreditando na cidade, acreditando que tudo daria certo. Tanto é que vendi tudo que tinha e vim somente com algumas roupas. Mas infelizmente a realidade é bem outra do que imaginamos por lá.
Ah, e essa história de que o custo de vida no nordeste é baixo... isso é a maior mentira que já ouvi. O custo de vida aqui é o mesmo do RS e o detalhe é que o salário é 1/3 do salário de lá.
Eu acho que as pessoas ficam chateadas com meus comentários sobre a cidade de Fortaleza porque elas não conhecem outra realidade, não imaginam como é a vida fora daqui, então pensam que tudo por aqui está em perfeitas condições.
Mas apesar de tudo isso, eu falo que valeu a pena essa minha passagem por Fortaleza. Sim, valeu a pena mesmo. Primeiramente porque eu tinha muita vontade de morar no nordeste e caso eu não tivesse vindo, estaria até hoje sonhando e esperando o dia de vim. Agora eu já sei como é. Foi uma desilusão enorme, pois eu tinha uma grande expectativa, mas sinto como se fosse um sonho antigo que foi realizado, frustrado mas realizado. Além disso, eu aprendi a dar valor para o meu lugar, para o meu povo, para a minha gente. Eu dizia que o povo do RS era grosso, que era chato morar lá etc, e minha vinda para Fortaleza me mostrou que o sul é um paraíso (ao menos para quem nasceu lá), que é lindo, limpo, com pessoas educadas (em sua maioria), cidades bem organizadas, bem estruturadas, boas universidades etc.
O curioso é que antes de eu vim para Fortaleza, eu dizia que nunca mais voltaria para o sul, nem para passear, mas hoje eu morro de saudades e tenho muito orgulho de ser gaúcha. Orgulho que eu não tinha antes por não conhecer outras realidades. Como diz um velho ditado: as vezes é preciso perder para aprender a dar valor. Eu só pude perceber a qualidade de vida do RS depois de sair de lá.
Por esses dois motivos que eu considero que valeu a pena sim vim para Fortaleza e passar todo esse estresse que passei aqui. Com certeza, quando eu voltar para o sul, serei uma pessoa muito melhor do que era quando ainda morava lá, pois na época eu não sabia dar o valor merecido.
Eu não desmereço Fortaleza e nenhum outro lugar do nordeste. Só gosto de frisar que passear por alguns dias é muito diferente de morar no local. Incentivo as pessoas que vem passar férias por aqui, tem muitas praias lindas, mas viver, conviver, dia a dia, isso já é outra história.

Versinho para a prefeita

Recebi esse versinho de um amigo. É em homenagem a prefeita de Fortaleza. Na verdade é um deboche sobre a "Fortaleza Bela" que ela usa em sua administração. Como eu falo desde que resolvi fazer esse blog: de bela tem pouquíssima coisa por aqui. É muito mais descabela rss
Que bom que uma parte do povo consegue perceber as coisas que acontecem e quem sabe votem conscientes na próxima eleição.

Essa é a prefeita de Fortaleza.

Foto do site: http://softwarelivrenageral.blogspot.com/2007_08_01_archive.html

*FORTALEZA DELA*
*A prefeita prometeu*
*Uma Fortaleza bela*
*Mas depois de quatro anos*
*De propaganda e balela*
*Com ares de abandonada*
*Fortaleza hoje é chamada*
*É de Fortaleza dela*
* *
*Para ver a buraqueira*
*É só abrir a janela*
*São ruas e avenidas*
*Com asfalto requenguela*
*E o povo a repetir*
*Essa Fortaleza aí*
*É a Fortaleza dela*
* *
*Na festa do carnaval*
*Foi a maior esparrela*
*Com gente quebrando braço*
*Perna cabeça e canela*
*E com tanta negligência*
*Tomou-se mais consciência*
*Que essa Fortaleza é dela*
* *
*No sistema de saúde*
*Atendimento é novela*
*São dias e até semanas*
*Na fila de sentinela*
*E com tanta humilhação*
*O povo diz com razão*
*Essa Fortaleza é dela*
* *
*Na eleição deste ano*
*Pode esperar mais mazela*
*A prefeita e o cambeba*
*Serão da mesma panela*
*E com mais essa maldade*
*Vamos ter nossa cidade*
*Sendo cada vez mais dela*
* *
*Tivemos pra capital*
*Um sonho de Cinderela*
*Mas essa cidade feia*
*Da aldeota à favela*
*Sem encanto e sem beleza*
*Não é nossa Fortaleza*
*É a Fortaleza dela.

2 de mai. de 2008

Oh povo barulhento!!!

Aqui tem barulho de som, carros com caixas de som enormes, gente falando alto em todos os lugares, buzinas 24 horas por dia... é um inferno.

POLUIÇÃO SONORA - Muito barulho e pouca solução

O POVO (25/11/2006) - Cidadãos comuns enfrentam verdadeiras sagas na hora de apelar às instituições públicas para conseguir um pouquinho de sossego. O Disque-silêncio não verifica o problema na hora em que a reclamação é feita

Raquel Chaves
da Redação
Em Fortaleza, quem tem seu sossego perturbado por poluição sonora de qualquer natureza enfrenta uma saga na hora de tentar resolver o problema. Muitas vezes, trabalha em vão, já que na maioria dos casos não há fiscalização no momento da queixa. Desde agosto último, o serviço do Disque-Silêncio funciona através da central de chamadas Fala, Fortaleza, pelo telefone 0800 285 08 80. Mas a população pode recorrer também à Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) e ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Os reclamantes, no entanto, costumam sair insatisfeitos e ter de conviver com o transtorno.
Acompanhemos a saga de Jefferson Pontes. Um ano é o tempo que ele aguarda por uma solução para o barulho "incessante e alto" provocado por buzinações de vigilantes motorizados durante toda a madrugada na região em que mora, no bairro Bela Vista. Em seu extenso relato, os diversos caminhos percorridos: a própria empresa de segurança responsável pelos vigilantes-motociclistas, o Disque-Silêncio, a Polícia Militar (PM), a AMC e até a Polícia Federal (sugestão feita pela Polícia Militar, através do Ciops).
"Não me foi dado nenhum retorno, de nenhuma instituição pública. Alegaram 'falta de condições'. Eu, como cidadão, me sinto lesado pelo número de impostos que a gente paga", reclama Jefferson, que mora com a esposa e três filhos pequenos em um apartamento. Ele diz ter procurado primeiramente a empresa, cuja uma das funcionárias informou não poder fazer nada. Em seguida, foi a vez do Disque-Silêncio. "Após relatar o problema, fui informado que o órgão não atuava diante dessa situação".
Jefferson contactou, então, a Polícia Militar, via 190. "Relatei tudo de novo e, mais uma vez, fui informado que a PM não atuava diante dessa situação. Sugeriram-me a Polícia Federal (PF), pois as empresas de vigilância são fiscalizadas por ela", explica. Ele seguiu a sugestão e ligou para a PF, através da Delegacia de Segurança Privada (Delesp), onde um atendente ouviu todos os detalhes do problema e pediu a Jefferson que enviasse um e-mail para o responsável pela Delesp. "Enviei o e-mail e até hoje não obtive retorno algum".
As tentativas seguintes foram junto à AMC. "A moça, muito gentil, disse que iria anotar tudo e se houvesse condições, iria mandar uma viatura. Esperei e nada. Alguns dias depois, liguei novamente para a AMC, e para minha surpresa, a moça informou que já sabia do meu caso e disse a mesma coisa. Esperei de novo, e nada". Em nova ligação à PM, Jefferson diz ter colocado o telefone próximo ao buzinaço. "A atendente reconheceu que era realmente muito barulhento, e novamente me disse que não podiam fazer nada". Como muitos cidadãos, Jefferson se diz "indignado" pelo que ele chama de descaso das instituições públicas.

SERVIÇO
Reclamações sobre poluição sonora podem ser feitas pela central de chamadas Fala, Fortaleza (0800 285 08 80) - diariamente, de 7h às 19h. As fiscalizações são feitas de segunda a quarta-feira, de 15h às 21h; quinta-feira a sábado, de 21h às 3h; e domingo, de 15h às 21h. AMC (0800 85 15 17) - 24 horas. Ciops (190) - na Polícia o queixoso deve se apresentar junto à delegacia para registrar a ocorrência.
Plantão Fiscal funcionará 24 horas
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/article.php?storyid=1903

*** Eu concordo 100% que esse serviço não presta para nada, pois eu mesma já liguei duas vezes e adivinhem qual foi a resposta?!?! Quanto a isso nós não podemos fazer nada... (será que é uma gravação que atenda nosso telefonema ou eles só falam essa mesma frase para todos que ligam?!). Então para que serve um disque silêncio se quando alguém liga para fazer uma reclamação eles dizem que não podem fazer nada??? Era melhor que nem existisse, assim não perderíamos tempo e não estariam gastando com funcionários que não servem para nada. Esse é o legítimo serviço para enrolar e iludir o povo. Só serve para eles falaram que tem.

A DITADURA DOS DECIBÉIS

17/08/07
O mundo tornou-se mais barulhento ou foram meus ouvidos que ficaram mais sensíveis? O certo é que, cada vez mais, os decibéis me roubam a paz de espírito, me agastam, me sufocam, nos mais variados ambientes, todas as horas do dia. E da noite.
Alheias aos malefícios que o barulho causa à saúde, algumas pessoas parecem ter perdido o senso da medida, quando se trata de ampliar o som que produzem. Buzinas, carros de som, alto-falantes... são incontáveis as formas como nos agridem. As recepções nos bufês viraram sessões de tortura auditiva. Ali, já não se pode conversar com os amigos. Nos casamentos religiosos introduziram uma espécie de fanfarra ensurdecedora, que transformou a marcha nupcial em dobrado militar.
Mais irritante ainda é a cacofonia das bandas de forró. O que jamais se explicou é por que os fãs desse gênero - aparentemente, a grande maioria da população - só conseguem ouvir suas "músicas" se for no mais alto volume, de modo a socializar com todo o quarteirão a mesmice das melodias e a mediocridade das letras rasteiras, machistas, de insuperável mau gosto.
Conheço simpática cidade serrana onde, vez e outra, o ginásio poliesportivo, a dois passos do hospital, se transforma em quadra de forró. Nessas ocasiões, metade da população é obrigada a uma noite insone para que a "galera" se esbalde, até a madrugada, ao som das bandas de nomes toscos, que se sucedem no palco, numa ferrenha disputa pelo campeonato da vulgaridade. Tudo, é claro, explorando ao máximo a potencia de seus equipamentos de som.
As leis que dispõem sobre poluição sonora existem e precisam ser respeitadas. Perturbar o sossego público é crime. Mas, ao que parece, como em qualquer regime de força, na ditadura dos decibéis os direitos dos cidadãos estão sendo ignorados. Talvez seja mesmo uma questão de ignorância. Afinal, Schopenhauer já sentenciava: a quantidade de ruídos que um homem pode suportar é inversamente proporcional a sua inteligência.
ÍTALO GURGEL – Jornalista
http://www.esp.ce.gov.br/index.php?Itemid=76&id=67&option=com_content&task=view


* Como seria bom se essa lei fosse respeitada. Infelizmente não tem um dia sequer que eu saia na rua e não cruze com pelo menos 2 carros com som muito alto e o porta-malas aberto para a cidade inteira ouvir o som da pessoa. Não sei o que faz eles pensarem que todas as pessoas desejam ouvir a música e naquele volume ensurdecedor!!! É muita falta de respeito. Pensando bem, como já falei várias vezes, respeito e bom senso são coisas que não existem em Fortaleza... então tá explicado o porque eles acham que a cidade inteira tem que ouvir o som do carro deles.


STRESS SONORO - BUZINA: POLUIÇÃO QUE IRRITA

DIARIO DO NORDESTE(22/08/2007) - Quem nunca pegou o “carro do papai” e na Volta da Jurema - beira-mar de Fortaleza - e deu aquela buzinadinha como paquera? Isso foi nas décadas de 60, 70 e 80, num tempo que esse sinal sonoro era sinônimo de charme e inocência. Atualmente, usada por motoristas e motociclistas abusivamente, é uma das principais causadoras de stress no ser humano, transformando-se num dos maiores tormentos do novo milênio.
Mal o sinal verde surge, há sempre alguém acionando-a prolongadamente, seguido logo por outros como se fosse uma espécie de contágio.
A sua função só tem um único propósito, alertar. Vamos aos exemplos: uma criança que passa distraída, um pedestre mais imprudente, um outro motorista que, ao cruzar a rua, olha para a direção contrária. Entretanto, buzinar virou mania, não necessidade.
Hoje ela é usada para chamar a atenção do condutor diante do mundo como uma espécie de auto-afirmação. Parece que virou símbolo de virilidade, ou a falta dela...
Os motociclistas também têm sua grande parcela de culpa. Basta dar uma volta no quarteirão que, pronto, o sinal do “BIBI, BIBI” foi acionado. Infelizmente, a buzina passou a ser um elemento de primeira necessidade do veículo.
O problema se agrava quanto maior a cidade-metrópole. Parece que o sinal sonoro fica mais imponente. Ela (a buzina) virou uma comunicação que parece dizer “saia senão eu passo por cima”, mesmo que seja um ser humano. Personalizar a buzina (hinos de futebol, cavalo rinchando) também não é a solução, pelo contrário. Afinal, quem quer uma buzina que imita o Pica-pau atrás?
É bom lembrar que pelo Código de Trânsito (artigo 230) o uso da buzina personalizada é ilegal, devendo o proprietário desembolsar R$127 se for reincidente, por alterar características originais do veículo. Da primeira vez a carteira é apreendida. Pelo mesmo Código, é proibido buzinar entre 22h e 6h da manhã. Muitos, porém, ignoram a restrição.
JOTA POMPÍLIO
Repórter

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Use a buzina com consciência
O ato de buzinar em determinadas situações nos remete a uma questão maior, que é a questão dos congestionamentos, principalmente em “horários de pique”, de falta de uma estrutura viária que possibilite uma maior e melhor fluidez dos veículos no trânsito.
Lógico que, diante de situações de congestionamentos, os que, por uma razão ou outra, não assimilam a situação como um momento para a prática da paciência, acabam extravasando a sua inquietação momentânea através do ato de buzinar, que não resolve o problema e consequentemente irrita o condutor do veículo da frente, que, por sua vez, nada pode fazer, a não ser esperar que o trânsito volte a fluir lenta e/ou normalmente.
Buzinar demasiadamente é uma falta de educação individual. Motivado pelos fatores citados acima, como a falta de estrutura viária, reflexo da pressa dos compromissos do mundo hodierno, da ausência de uma programação prévia do trajeto a ser seguido, da falta de um controle emocional para lidar com situações de estresse.
A buzina tem que ser usada de forma consciente e necessária diante de situações de perigo, na desatenção de pedestres e/ou motoristas circunstancialmente displicentes.
JOSÉ WAGNER PAIVA
Psicólogo de Trânsito
Presidente da Associação de Psicólogos de Trânsito do Ceará e Membro do Conselho Estadual do Trânsito
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/article.php?storyid=3050


LIMITE - SOM ALTO EM CARRO VAI TER MULTA A PARTIR DE AGORA

O POVO (12/11/2006) - A infração é considerada grave e, além do pagamento de multa, o motorista também receberá cinco pontos na carteira.
Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que estabelece limites para o volume de som emitido pelos veículos começou a vigorar na sexta-feira, 10, em todo o País. A partir de agora, o volume não pode ultrapassar 104 decibéis a meio metro de distância do automóvel.
A infração é considerada grave e, além do pagamento de multa, o motorista também receberá cinco pontos em sua carteira de habilitação. A norma se aplica a todos os tipos de ruídos: alto-falante de rádios, buzinas e até o barulho produzido pelo motor.
Para o engenheiro Luiz Bottura, os órgãos estaduais de trânsito terão dificuldade para colocar a medida em prática. “A essência da resolução é ótima. Som alto atrapalha não só o motorista, mas também quem está perto. O problema é que os agentes não têm como fiscalizá-la”, diz Bottura. Ele considera os limites altos demais. “Para se ter uma idéia, um avião comercial produz 120 decibéis.”
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/article.php?storyid=1871