2 de mai. de 2008

Oh povo barulhento!!!

Aqui tem barulho de som, carros com caixas de som enormes, gente falando alto em todos os lugares, buzinas 24 horas por dia... é um inferno.

POLUIÇÃO SONORA - Muito barulho e pouca solução

O POVO (25/11/2006) - Cidadãos comuns enfrentam verdadeiras sagas na hora de apelar às instituições públicas para conseguir um pouquinho de sossego. O Disque-silêncio não verifica o problema na hora em que a reclamação é feita

Raquel Chaves
da Redação
Em Fortaleza, quem tem seu sossego perturbado por poluição sonora de qualquer natureza enfrenta uma saga na hora de tentar resolver o problema. Muitas vezes, trabalha em vão, já que na maioria dos casos não há fiscalização no momento da queixa. Desde agosto último, o serviço do Disque-Silêncio funciona através da central de chamadas Fala, Fortaleza, pelo telefone 0800 285 08 80. Mas a população pode recorrer também à Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) e ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Os reclamantes, no entanto, costumam sair insatisfeitos e ter de conviver com o transtorno.
Acompanhemos a saga de Jefferson Pontes. Um ano é o tempo que ele aguarda por uma solução para o barulho "incessante e alto" provocado por buzinações de vigilantes motorizados durante toda a madrugada na região em que mora, no bairro Bela Vista. Em seu extenso relato, os diversos caminhos percorridos: a própria empresa de segurança responsável pelos vigilantes-motociclistas, o Disque-Silêncio, a Polícia Militar (PM), a AMC e até a Polícia Federal (sugestão feita pela Polícia Militar, através do Ciops).
"Não me foi dado nenhum retorno, de nenhuma instituição pública. Alegaram 'falta de condições'. Eu, como cidadão, me sinto lesado pelo número de impostos que a gente paga", reclama Jefferson, que mora com a esposa e três filhos pequenos em um apartamento. Ele diz ter procurado primeiramente a empresa, cuja uma das funcionárias informou não poder fazer nada. Em seguida, foi a vez do Disque-Silêncio. "Após relatar o problema, fui informado que o órgão não atuava diante dessa situação".
Jefferson contactou, então, a Polícia Militar, via 190. "Relatei tudo de novo e, mais uma vez, fui informado que a PM não atuava diante dessa situação. Sugeriram-me a Polícia Federal (PF), pois as empresas de vigilância são fiscalizadas por ela", explica. Ele seguiu a sugestão e ligou para a PF, através da Delegacia de Segurança Privada (Delesp), onde um atendente ouviu todos os detalhes do problema e pediu a Jefferson que enviasse um e-mail para o responsável pela Delesp. "Enviei o e-mail e até hoje não obtive retorno algum".
As tentativas seguintes foram junto à AMC. "A moça, muito gentil, disse que iria anotar tudo e se houvesse condições, iria mandar uma viatura. Esperei e nada. Alguns dias depois, liguei novamente para a AMC, e para minha surpresa, a moça informou que já sabia do meu caso e disse a mesma coisa. Esperei de novo, e nada". Em nova ligação à PM, Jefferson diz ter colocado o telefone próximo ao buzinaço. "A atendente reconheceu que era realmente muito barulhento, e novamente me disse que não podiam fazer nada". Como muitos cidadãos, Jefferson se diz "indignado" pelo que ele chama de descaso das instituições públicas.

SERVIÇO
Reclamações sobre poluição sonora podem ser feitas pela central de chamadas Fala, Fortaleza (0800 285 08 80) - diariamente, de 7h às 19h. As fiscalizações são feitas de segunda a quarta-feira, de 15h às 21h; quinta-feira a sábado, de 21h às 3h; e domingo, de 15h às 21h. AMC (0800 85 15 17) - 24 horas. Ciops (190) - na Polícia o queixoso deve se apresentar junto à delegacia para registrar a ocorrência.
Plantão Fiscal funcionará 24 horas
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/article.php?storyid=1903

*** Eu concordo 100% que esse serviço não presta para nada, pois eu mesma já liguei duas vezes e adivinhem qual foi a resposta?!?! Quanto a isso nós não podemos fazer nada... (será que é uma gravação que atenda nosso telefonema ou eles só falam essa mesma frase para todos que ligam?!). Então para que serve um disque silêncio se quando alguém liga para fazer uma reclamação eles dizem que não podem fazer nada??? Era melhor que nem existisse, assim não perderíamos tempo e não estariam gastando com funcionários que não servem para nada. Esse é o legítimo serviço para enrolar e iludir o povo. Só serve para eles falaram que tem.

A DITADURA DOS DECIBÉIS

17/08/07
O mundo tornou-se mais barulhento ou foram meus ouvidos que ficaram mais sensíveis? O certo é que, cada vez mais, os decibéis me roubam a paz de espírito, me agastam, me sufocam, nos mais variados ambientes, todas as horas do dia. E da noite.
Alheias aos malefícios que o barulho causa à saúde, algumas pessoas parecem ter perdido o senso da medida, quando se trata de ampliar o som que produzem. Buzinas, carros de som, alto-falantes... são incontáveis as formas como nos agridem. As recepções nos bufês viraram sessões de tortura auditiva. Ali, já não se pode conversar com os amigos. Nos casamentos religiosos introduziram uma espécie de fanfarra ensurdecedora, que transformou a marcha nupcial em dobrado militar.
Mais irritante ainda é a cacofonia das bandas de forró. O que jamais se explicou é por que os fãs desse gênero - aparentemente, a grande maioria da população - só conseguem ouvir suas "músicas" se for no mais alto volume, de modo a socializar com todo o quarteirão a mesmice das melodias e a mediocridade das letras rasteiras, machistas, de insuperável mau gosto.
Conheço simpática cidade serrana onde, vez e outra, o ginásio poliesportivo, a dois passos do hospital, se transforma em quadra de forró. Nessas ocasiões, metade da população é obrigada a uma noite insone para que a "galera" se esbalde, até a madrugada, ao som das bandas de nomes toscos, que se sucedem no palco, numa ferrenha disputa pelo campeonato da vulgaridade. Tudo, é claro, explorando ao máximo a potencia de seus equipamentos de som.
As leis que dispõem sobre poluição sonora existem e precisam ser respeitadas. Perturbar o sossego público é crime. Mas, ao que parece, como em qualquer regime de força, na ditadura dos decibéis os direitos dos cidadãos estão sendo ignorados. Talvez seja mesmo uma questão de ignorância. Afinal, Schopenhauer já sentenciava: a quantidade de ruídos que um homem pode suportar é inversamente proporcional a sua inteligência.
ÍTALO GURGEL – Jornalista
http://www.esp.ce.gov.br/index.php?Itemid=76&id=67&option=com_content&task=view


* Como seria bom se essa lei fosse respeitada. Infelizmente não tem um dia sequer que eu saia na rua e não cruze com pelo menos 2 carros com som muito alto e o porta-malas aberto para a cidade inteira ouvir o som da pessoa. Não sei o que faz eles pensarem que todas as pessoas desejam ouvir a música e naquele volume ensurdecedor!!! É muita falta de respeito. Pensando bem, como já falei várias vezes, respeito e bom senso são coisas que não existem em Fortaleza... então tá explicado o porque eles acham que a cidade inteira tem que ouvir o som do carro deles.


STRESS SONORO - BUZINA: POLUIÇÃO QUE IRRITA

DIARIO DO NORDESTE(22/08/2007) - Quem nunca pegou o “carro do papai” e na Volta da Jurema - beira-mar de Fortaleza - e deu aquela buzinadinha como paquera? Isso foi nas décadas de 60, 70 e 80, num tempo que esse sinal sonoro era sinônimo de charme e inocência. Atualmente, usada por motoristas e motociclistas abusivamente, é uma das principais causadoras de stress no ser humano, transformando-se num dos maiores tormentos do novo milênio.
Mal o sinal verde surge, há sempre alguém acionando-a prolongadamente, seguido logo por outros como se fosse uma espécie de contágio.
A sua função só tem um único propósito, alertar. Vamos aos exemplos: uma criança que passa distraída, um pedestre mais imprudente, um outro motorista que, ao cruzar a rua, olha para a direção contrária. Entretanto, buzinar virou mania, não necessidade.
Hoje ela é usada para chamar a atenção do condutor diante do mundo como uma espécie de auto-afirmação. Parece que virou símbolo de virilidade, ou a falta dela...
Os motociclistas também têm sua grande parcela de culpa. Basta dar uma volta no quarteirão que, pronto, o sinal do “BIBI, BIBI” foi acionado. Infelizmente, a buzina passou a ser um elemento de primeira necessidade do veículo.
O problema se agrava quanto maior a cidade-metrópole. Parece que o sinal sonoro fica mais imponente. Ela (a buzina) virou uma comunicação que parece dizer “saia senão eu passo por cima”, mesmo que seja um ser humano. Personalizar a buzina (hinos de futebol, cavalo rinchando) também não é a solução, pelo contrário. Afinal, quem quer uma buzina que imita o Pica-pau atrás?
É bom lembrar que pelo Código de Trânsito (artigo 230) o uso da buzina personalizada é ilegal, devendo o proprietário desembolsar R$127 se for reincidente, por alterar características originais do veículo. Da primeira vez a carteira é apreendida. Pelo mesmo Código, é proibido buzinar entre 22h e 6h da manhã. Muitos, porém, ignoram a restrição.
JOTA POMPÍLIO
Repórter

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Use a buzina com consciência
O ato de buzinar em determinadas situações nos remete a uma questão maior, que é a questão dos congestionamentos, principalmente em “horários de pique”, de falta de uma estrutura viária que possibilite uma maior e melhor fluidez dos veículos no trânsito.
Lógico que, diante de situações de congestionamentos, os que, por uma razão ou outra, não assimilam a situação como um momento para a prática da paciência, acabam extravasando a sua inquietação momentânea através do ato de buzinar, que não resolve o problema e consequentemente irrita o condutor do veículo da frente, que, por sua vez, nada pode fazer, a não ser esperar que o trânsito volte a fluir lenta e/ou normalmente.
Buzinar demasiadamente é uma falta de educação individual. Motivado pelos fatores citados acima, como a falta de estrutura viária, reflexo da pressa dos compromissos do mundo hodierno, da ausência de uma programação prévia do trajeto a ser seguido, da falta de um controle emocional para lidar com situações de estresse.
A buzina tem que ser usada de forma consciente e necessária diante de situações de perigo, na desatenção de pedestres e/ou motoristas circunstancialmente displicentes.
JOSÉ WAGNER PAIVA
Psicólogo de Trânsito
Presidente da Associação de Psicólogos de Trânsito do Ceará e Membro do Conselho Estadual do Trânsito
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/article.php?storyid=3050


LIMITE - SOM ALTO EM CARRO VAI TER MULTA A PARTIR DE AGORA

O POVO (12/11/2006) - A infração é considerada grave e, além do pagamento de multa, o motorista também receberá cinco pontos na carteira.
Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que estabelece limites para o volume de som emitido pelos veículos começou a vigorar na sexta-feira, 10, em todo o País. A partir de agora, o volume não pode ultrapassar 104 decibéis a meio metro de distância do automóvel.
A infração é considerada grave e, além do pagamento de multa, o motorista também receberá cinco pontos em sua carteira de habilitação. A norma se aplica a todos os tipos de ruídos: alto-falante de rádios, buzinas e até o barulho produzido pelo motor.
Para o engenheiro Luiz Bottura, os órgãos estaduais de trânsito terão dificuldade para colocar a medida em prática. “A essência da resolução é ótima. Som alto atrapalha não só o motorista, mas também quem está perto. O problema é que os agentes não têm como fiscalizá-la”, diz Bottura. Ele considera os limites altos demais. “Para se ter uma idéia, um avião comercial produz 120 decibéis.”
http://www.amc.fortaleza.ce.gov.br/modules/news/article.php?storyid=1871