1 de mai. de 2008

Qualidade do ensino no Ceará

FORTALEZA É A 16ª CAPITAL NO RANKING DO ENEM

Os alunos de Fortaleza melhoraram seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2007. A capital cearense ainda permanece atrás de cidades como Natal (RN) e Recife (PE)

04/04/2008 00:49
Fortaleza melhorou suas notas na edição 2007 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): a média geral passou de 42,394, em 2006, para 50,93, no ano passado. O resultado fez com que ela passasse do 18º lugar, em 2006, para o 16º no ranking das capitais brasileiras, superando cidades como Teresina e João Pessoa. A distância para Vitória (ES), a primeira colocada, ainda é de quase 10 pontos.
As outras capitais nordestinas obtiveram as seguintes médias: Salvador (54,421), Aracaju (54,07), São Luís (52,512), Recife (51,668), Natal (51,484), Teresina (50,913), João Pessoa (50,257) e Maceió (49,456). Na comparação com alguns municípios cearenses, Fortaleza possui uma média maior que Caucaia (48,445), Sobral (48,132) e Maracanaú (47,487), mas inferior à de Juazeiro do Norte (53,254).
Embora afirme que o Enem seja focado no aluno, o orientador da Célula de Avaliação do Desempenho Acadêmico da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Aléssio Costa Lima, afirma que houve uma leve melhora no desempenho do Estado, em relação à Região Nordeste. O problema, ressalta o especialista, é que as notas continuam estagnadas. "Não estamos caindo, mas estabilizamos em um patamar baixo de desempenho. O nosso desafio é melhorar a qualidade de ensino. Temos um longo caminho a percorrer".
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/778331.html

Dados comparativos:

Nos municípios do RS, Estado que mais se destacou no exame, distância é menor entre as notas das escolas particulares e públicas. Das dez melhores cidades no Enem, seis são gaúchas. Estado trouxe de volta para a rede pública alunos de classe média, diz dirigente.
Antônio Gois esceve para a “Folha de SP”:
Os municípios cujos alunos conseguiram o melhor desempenho no Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) são também aqueles que apresentam menor distância entre a rede pública e a particular. Essa realidade é encontrada principalmente no Rio Grande do Sul, Estado que mais se destacou no ranking elaborado pela Folha comparando todas as 124 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes.
Das dez melhores cidades no Enem, seis são gaúchas: São Leopoldo (a melhor), Caxias do Sul, Santa Maria, Porto Alegre, Novo Hamburgo e Canoas. Em comum entre elas está o fato de a média dos estudantes da rede privada não ser tão distante da encontrada na rede pública.
http://www.ftec.com.br/wordpress/?p=745

Divulgado pelo Ministério da Educação, no dia 4 de abril de 2008, o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que aponta Porto Alegre como a 2ª melhor capital na média geral.
http://www.lasalle.edu.br/saojoao/index.php?sistema=sas&acao=verNoticia&notCodigo=193

Entre os alunos de escolas públicas, os do Rio Grande do Sul obtiveram maior nota média no exame, de 55,89 pontos, seguidos pelos estudantes do Distrito Federal, com 52,22, e de Minas Gerais, com 52,21 pontos.
http://www.estadao.com.br/geral/not_ger150796,0.htm


MEC REPROVA A EDUCAÇÃO NO CEARÁ

Ricardo Moura da Redação
Nenhuma cidade do Ceará possui nota acima de cinco no indicador do MEC que avalia a qualidade de ensino. A questão faz parte da pauta da Conferência Estadual da Educação, que tem início hoje e que irá elaborar um plano decenal para o Estado.

07/11/2007 00:26
Evasão escolar, altos índices de analfabetismo e baixa escolaridade dos pais são vistos como problemas pelos gestores municipais.
Hoje tem início a Conferência Estadual da Educação no Ceará. Após uma série de reuniões preparatórias, o evento definirá os rumos da educação do Estado nos próximos dez anos. Como resultado da conferência, será elaborado um plano decenal, cuja aprovação depende da Assembléia Legislativa. O desafio é grande. Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que avalia a qualidade de ensino no País, revelam que nenhum dos municípios cearenses atingiu a nota 5 nos anos iniciais do ensino fundamental, em uma escala de 0 a 10. O Ceará obteve 3,2 como média, a mesma nota de Fortaleza.
O bloco das cidades com o pior resultado é formado por Monsenhor Tabosa (1,7), Salitre(1,8), Ipu (2,2), Lavras da Mangabeira (2,2), Tamboril (2,2), Ipaumirim (2,3), Mauriti (2,3) e Umari (2,3). Entre os problemas enfrentados pelos gestores educacionais destes municípios, destacam-se os altos índices de analfabetismo, a baixa escolaridade dos pais e a falta de infra-estrutura adequada.
Esse foi o quadro com que Fátima Chagas, diretora de educação do município de Tamboril, distante 329 quilômetros da Capital, deparou-se ao assumir o cargo, em 2005. Segundo ela, cerca de 42% dos alunos matriculados na 8ª série eram analfabetos. Mesmo assim, a aprovação era automática, sem qualquer controle. Em algumas escolas, afirma, os alunos chegavam a ter 120% de presença, ou seja, tinham mais presenças que o número de aulas no ano.
"Quando assumimos, não havia reprovação nem abandono no município. Os alunos passavam de modo automático. A repetência e a evasão aumentaram porque passamos a ter um controle maior sobre os dados. O número de matrículas, que era de 11 mil em 2006, caiu para 8,5 mil, em 2007. Os alunos eram transferidos, mas as escolas não davam baixa", explica a diretora.
Para tentar mudar a situação, Fátima revela que foram criados dois programas de alfabetização, um para os alunos que chegam ao ensino fundamental e outro para os alunos que estão prestes a concluir. O resultado, afirma, será conhecido depois na próxima edição da Prova Brasil.
O secretário de educação do município, Gilson Luiz, afirma que, além do grande número de alunos analfabetos, Tamboril enfrenta outros desafios, como a baixa instrução dos pais e a má formação dos professores. "O município é pobre, os pais têm baixa instrução. Isso pode ter contribuído, mas falta ainda um diagnóstico sobre os alunos. Ainda funcionam escolas em situação precária. Ainda há professores dando aulas para várias séries em um local só", informa.
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/742920.html


A EDUCAÇÃO NO CEARÁ

07/11/2007 00:26
Por dia, mais de 1,1 mil alunos do ensino médio e fundamental abandonam os estudos em todo o Estado.
Em quatro anos (2001-2005), as taxas de aprovação caíram de 82,1% (fundamental) e 80,9% (médio) para 79% e 72,5%, respectivamente.
Entre 2001 e 2006, 692 escolas da rede privada de ensino fecharam suas portas.
Na rede pública de ensino, a queda no número de matrículas foi de 2,2%, entre os anos de 2005 e 2006. A maior diminuição foi registrada na educação infantil (-7,2%).
1,6 milhão de cearenses não sabe ler nem escrever.
4,8 mil alunos estão matriculados em escolas indígenas.
Fontes: Censo Escolar, Pnad 2006 e Anuário Estatístico do Ceará.
http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/742923.html


“NÍVEL EDUCACIONAL NO ESTADO DO CEARÁ AINDA É MUITO RUIM”

Ensino público (21/11/2007)
Izolda Cela, secretária de Educação do Estado, admite haver muitos desafios a vencer na escola pública.
Cleuza Repulho, presidente nacional da Undime, diz ser preciso identificar as melhores estratégia educacionais.
Os indicadores educacionais do Ceará mostram um longo caminho ainda a percorrer no ensino público.
Fortaleza. Apesar da educação ser definida como a base para o convívio social, ainda há muito a ser feito para que todos os cidadãos tenham acesso ao ensino de qualidade no País. Mesmo com os exemplos referenciais de projetos educacionais espalhados pelos Interior do Ceará, a secretária de Educação do Estado, Izolda Cela, informa que a situação do ensino ainda é preocupante.
Com o ensino público considerado crítico, fica difícil os jovens e adultos terem acesso à qualificação profissional. Somente no ano passado, mais de 60% dos jovens entre 15 e 17 anos ficou fora do Ensino Médio no Estado. A quantidade de alunos matriculados nas escolas estaduais não condizia com a faixa etária exigida. Dos 430 mil estudantes matriculados, apenas 206.332 tinham entre 15 e 17 anos.
Estimativas apontam que mais da metade dos matriculados no Ensino Médio estão além da faixa etária ideal para freqüentar a escola. Além da problemática dos alunos com idades elevadas e da evasão escolar, os dados apontam que a região Nordeste ainda lidera o ranking do analfabetismo, e o Ceará é o quinto Estado em índice mais elevado da região, com indicativo de 26,54%, depois de Alagoas, Maranhão, Piauí e Paraíba.
De acordo com a secretária de Educação do Estado, Izolda Cela, o nível de educação no Ceará é ruim e ainda não existem municípios que sejam considerados exemplos nesta área. “O nível da educação é muito ruim. Mas temos que pensar nos resultados fundamentais, que incluem o aprendizado dos alunos”, diz. Apesar de encontrar um cenário bastante difícil de ser revertido em tempo recorde, Izolda acredita que será possível melhorar a educação do Estado, mas é preciso que haja, também, a cooperação da sociedade, professores e, principalmente, a motivação dos pais e dos alunos. Neste aspecto, os projetos que ampliam as atividades educacionais, a exemplo do que é realizado em Pacoti, Ocara, Aracati, Lavras da Mangabeira e Monsenhor Tabosa servem de referência.
Segundo a secretária, quando a educação não recebe atenção necessária, incluindo investimentos financeiros, capacitação de professores e estrutura das escolas, há uma conseqüência bastante visível: a ineficácia do ensino. O resultado já é esperado: jovens concluem o Ensino Médio sem os conhecimentos exigidos de leitura e escrita. Ou seja, saem da escola semi-analfabetos. “A sociedade tem que entender que todo esse nível insuficiente de aprendizagem que existe tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio tem, como origem, um processo de alfabetização fracassado”, salienta a secretária.
“Com isso, as crianças não se alfabetizam na idade certa, mas, mesmo assim, elas conseguem ser aprovadas de um ano para outro. Mas não sei como esses alunos são aprovados. E você encontra estudantes analfabetos ou semi-alfabetizados em todo o Ensino Básico, inclusive no Ensino Médio. Os professores estão dizendo, o tempo inteiro, que não sabem se ministram a disciplina ou alfabetizam os alunos”, completa.
Esta situação reforça a falta da qualidade do ensino. Com isso, os jovens da escola pública ficam em desvantagens para concorrer nos processos seletivos para ingressar na faculdade ou escolas técnicas federais no Estado. “Há uma sinalização de que os jovens têm muitas dificuldades em ingressar numa profissão”, diz a secretária.

Municípios
No Ceará, os cinco municípios que apresentam os índices mais elevados de analfabetismo atingem quase a metade da população. Como é o caso de Granja, distante 335km da Capital cearense, que possui taxa de 51,2% de analfabetos. Já as outras cidades, pontuam quase a metade dos moradores que não sabem ler nem escrever. Como é o caso de Salitre (49,9%), Saboeiro (47,3%), Assaré (47%) e Itatira (44,4%). Não será fácil reverter esses índices, uma vez que, desde a década de 1970, discute-se a erradicação do analfabetismo no País. Mesmo assim, nenhum programa governamental foi capaz de atingir este objetivo.
“Também não é só alfabetizar na idade certa, mas isso já dá uma certa garantia à população. Já o programa do governo federal, Brasil Alfabetizado, tem a proposta de consertar um problema estrutural, de alfabetizar jovens e adultos que, apesar da idade e de ter muitos anos de escolaridade, ainda não sabem ler e escrever”, diz. Mesmo assim, Izolda argumenta que os programas para erradicação do analfabetismo não devem ser iguais, caso contrário não atingirão os objetivos.
“Infelizmente é isso, o povo está na escola, mas não está se alfabetizando. Aqui no Ceará, foi feita uma avaliação do Comitê Pela Eliminação do Analfabetismo Escolar, promovido pela Assembléia Legislativa em parceria com universidades, entre alunos da 2ª série. O resultado mostrou que 60% desses alunos não conseguia ler nem escrever”.
E completa: “Esses programas que pretendem corrigir o problema realmente têm amargado uma situação dificílima. Tanto o Brasil quanto o Ceará investiram muito dinheiro. Só no Ceará, foram mais de U 22 milhões para os programas de alfabetização de jovens e adultos, em parceria com o Banco Mundial. Mesmo assim, os resultados não são bons”.

Resultados
Os resultados, de uma maneira geral, são muito ruins, como salientou a secretária. O município de Aiuaba teve a maior nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) com 4,4, enquanto que a média do Brasil é 3,8, numa escala de 0 a 10. E Sobral com 4, como resultado da aprendizagem e do fluxo de alunos. “Você encontra um determinado esforço voltado para a aprendizagem dos alunos. Experiências boas e esforços existem. Apesar de termos resultados ruins, o momento é promissor com alguns municípios”, diz.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=489081